
Abril Lilás alerta para o câncer de testículo, mais comum entre homens jovens
O mês de abril ganhou a cor lilás para chamar atenção sobre o câncer de testículo, o tipo de tumor urológico mais comum entre homens de 20 a 40 anos. Apesar de representar apenas 5% dos tumores urológicos, é uma doença que pode evoluir rapidamente e causar impactos graves na saúde e na fertilidade masculina. De 2019 a 2023, mais de 25 mil cirurgias para retirada de um ou ambos os testículos foram realizadas no Brasil, segundo o Ministério da Saúde.
A principal forma de detecção precoce da doença é o autoexame testicular, que deve ser feito mensalmente. “É simples e pode salvar vidas. Basta que o homem observe se há caroços, alterações na textura ou aumento de volume nos testículos”, explica o oncologista Rafael Batista, da Oncoclínicas na Bahia. Caso note qualquer alteração, é essencial buscar atendimento médico. Consultas com o urologista também devem fazer parte da rotina a partir dos 18 anos.
Sintomas como nódulo endurecido (geralmente indolor), inchaço ou sensação de peso nos testículos devem ser levados a sério. Quando descoberto no início, o câncer de testículo tem mais de 95% de chance de cura, conforme destaca a oncologista Carolina Alves Costa Silva.
Além dos riscos para a vida, o câncer testicular e seu tratamento podem comprometer a fertilidade. “Em casos em que é necessária a retirada dos dois testículos, é importante discutir com o paciente sobre o congelamento de sêmen, caso ele deseje ter filhos futuramente”, orienta o médico André Bacellar.
Entre os fatores de risco estão histórico familiar, testículos não descidos (criptorquidia), infecção por HIV e ser da raça branca — homens brancos têm de 5 a 10 vezes mais risco de desenvolver a doença.
O tratamento depende do tipo e do estágio do tumor, podendo incluir cirurgia, radioterapia e quimioterapia. Após o tratamento, o acompanhamento médico regular é fundamental para evitar o retorno da doença.