Alerta: Riscos do PMMA para estética preocupam médicos

O uso do PMMA (polimetilmetacrilato) para fins estéticos tem gerado preocupação na comunidade médica devido aos graves efeitos colaterais associados à substância. Embora autorizado pela Anvisa para aplicações específicas, como correções de lipodistrofia e preenchimentos em áreas afetadas por alterações volumétricas, o uso indiscriminado e exagerado em procedimentos estéticos está causando complicações severas à saúde.

O PMMA é um preenchedor permanente, utilizado para dar volume a áreas como glúteos, coxas e braços, mas quando aplicado em grandes quantidades, pode causar problemas graves, incluindo inflamações, insuficiência renal, embolias e até óbito. “Diferentemente de substâncias como o ácido hialurônico, o PMMA é de difícil remoção, podendo infiltrar-se em tecidos e causar fibrose local ou até mesmo deslocar-se para outros órgãos, levando à formação de coágulos”, explica o nefrologista Ginivaldo Nascimento, do Hospital Universitário da Universidade Federal do Piauí (HU-UFPI/Ebserh).

A Sociedade Brasileira de Dermatologia e a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica contraindicam o uso da substância para fins estéticos. A dermatologista Cristiana Silveira, do Hupes-UFBA, destaca que o produto promove reações inflamatórias severas e que existem alternativas mais seguras disponíveis. “O uso do PMMA deve ser fortemente desencorajado pelos sérios riscos à saúde”, afirma.

Além dos riscos imediatos, como edemas e infecções, os efeitos tardios incluem a formação de granulomas, hipercalcemia e insuficiência renal. Em casos avançados, os pacientes podem precisar de hemodiálise ou intervenções cirúrgicas com alto risco de sequelas.

A comunidade médica reforça a importância de buscar profissionais qualificados e optar por métodos aprovados para tratamentos estéticos, priorizando sempre a segurança e o bem-estar.