
Alopecia infantil: dermatologista alerta para sinais e importância do diagnóstico precoce
Embora pouco discutida, a queda de cabelo também pode afetar as crianças e merece atenção. Conhecida como alopecia infantil, essa condição afeta cerca de 2% das crianças em idade escolar no Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia. Os impactos vão além da saúde física, podendo comprometer o bem-estar emocional e a autoestima dos pequenos.
A dermatologista Fernanda Barbosa, da Clínica Skincare, explica que a alopecia infantil pode surgir por diversos motivos: “Há causas autoimunes, infecciosas, comportamentais e até relacionadas a penteados apertados“. Entre os tipos mais comuns estão:
- Alopecia areata: falhas arredondadas no couro cabeludo, geralmente sem inflamação.
- Tinea capitis: micose contagiosa que pode causar descamação e pontos pretos.
- Eflúvio telógeno: queda temporária após febre alta ou carências nutricionais.
- Tricotilomania: quando a criança arranca os próprios fios.
- Alopecia por tração: causada por penteados com muita pressão.
O problema costuma surgir entre os 3 e 10 anos, período em que o sistema imunológico ainda está se desenvolvendo. “Nessa fase, condições autoimunes como a alopecia areata são mais comuns”, ressalta a médica.
Sinais de alerta incluem falhas visíveis no couro cabeludo, coceira persistente, descamação, fios quebradiços e comportamentos de autoconhecimento como tentar esconder a cabeça ou arrancar os cabelos. O diagnóstico é feito com exame clínico detalhado, uso de dermatoscópio e, em alguns casos, exames laboratoriais ou biópsia.
A alopecia infantil pode estar relacionada a fatores genéticos ou doenças autoimunes como vitiligo e disfunções da tireoide. O tratamento varia conforme a causa, indo de loções e antifúngicos a acompanhamento psicológico, especialmente nos casos comportamentais.
Cuidados diários como evitar tração nos fios, usar shampoos suaves, alimentação equilibrada e proteção solar no couro cabeludo também são fundamentais. “A orientação médica precoce é essencial para garantir melhores resultados e preservar a saúde emocional da criança”, finaliza a especialista.