Aluna de Escola de Salvador é convocada para a Seleção Brasileira de Futebol Feminino Sub-17
A jovem de 15 anos, Martha Cal, foi a única baiana convocada para a Seleção Brasileira de Futebol Feminino Sub-17. A atleta, que é estudante do 9º ano da Escola Pan Americana da Bahia (PASB), já se encontra em Bragança Paulista, município de São Paulo, para dar início ao treino preparatório, com foco na Copa do Mundo Feminina Sub-17, que acontece entre os dias 16 de outubro e 3 de novembro, na República Dominicana. A baiana integra a lista das 26 atletas selecionadas pela técnica Simone Jatobá.
Martha sempre foi apaixonada pelo esporte, começou a jogar futebol desde os 6 anos de idade e ao longo da sua trajetória já conquistou cerca de 25 medalhas. Ela tem como grande inspiração a jogadora brasileira Marta Silva. A trajetória da jovem nos esportes é marcada por sua dedicação, paixão e busca incansável pela excelência. Inclusive, a atleta e sua família optaram pela PASB como instituição de ensino devido ao incentivo que a escola fomenta ao esporte.
“Estou muito orgulhosa em poder representar a Bahia e o Brasil e, principalmente, por fazer parte de um time feminino, já que a maioria dos times que passei durante o meu percurso eram compostos por meninos. Estar nessa posição, para mim, também é uma forma de reconhecimento e respeito à mulher no futebol. Espero dar muito orgulho e títulos para o nosso país”, declara Martha.
Andrea Cal, mãe da convocada, conta que a filha que é oriunda de uma gestão de trigêmeos, sendo os dois irmão do sexo masculino. Quando iniciou o primeiro ano do ensino fundamental, a filha pediu insistentemente para deixar a ginástica rítmica e fazer futsal. A mãe acabou cedendo, pois não aguentava mais vê-la assistir a aula dos irmãos com os olhos brilhando. Após seis meses, Andrea foi chamada pelo professor, que a orientou a colocar Martha em uma escola específica de futebol, pois ela tinha muito talento. E assim foi feito. Porém, a jovem sempre era a única menina nas escolinhas que passou a integrar, só tendo acesso a um time totalmente feminino quando foi estudar na Pan American School of Bahia. Com isso, a paixão da garota foi aumentando a cada dia e se destacando em todos os jogos.
“À medida que o futebol foi fazendo parte da vida de Martha, com treinos constantes e diversas competições, o meu apoio aumentou na mesma proporção. A dedicação dela é total e incondicional. Algumas vezes, já falei para ela não ir para o treino porque estava chovendo demais e ela me respondia: “não sou feita de açúcar”. Em outro momento, pedi para ela parar um pouco para descansar e ela me dizia: “não consigo mãe, futebol é minha paixão”, conta a mãe de Martha. “O meu sentimento é de total orgulho da minha filha, porque ela lutou para chegar onde está”.
Chegando a treinar muitas vezes, em três escolas diferentes durante a semana, Andrea ressalta que todas essas conquistas são fruto do esforço incansável da filha, que anteriormente também já havia sido convocada pelo Esporte Clube Bahia para jogar o Campeonato Nacional Sub-17. “Quando veio a convocação para a Seleção Brasileira Sub-17, eu me enchi de alegria e gratidão. Eu vejo de perto a luta da minha filha e é 100% mérito dela. O futebol na vida de Martha existe por amor e porque a faz feliz. Eu sigo desejando que ela tenha sucesso todos dias. Jogando ou não futebol. Acredito que a combinação de amor, garra, determinação, humildade e dedicação sejam infalíveis para o sucesso. E é isso que eu almejo. Que o futebol faça minha filha muito mais feliz, porque ela já está me trazendo muita alegria e orgulho”, declara.
A treinadora do time da PASB e da atleta, Luana Leal, conta que percebeu o talento da jovem desde que ela passou a integrar o time. Além de conselhos técnicos, a treinadora também contribuiu com apoio emocional, visto que, como toda atleta de verdade, Martha possuía uma mentalidade de busca da perfeição e se cobrava muito, o que poderia acabar a atrapalhando na sua trajetória.
“Eu enxergo um futuro incrível para Martha no futebol. Ela é uma atleta completa. Além da sua força física, habilidade, capacidade de transição defensiva e visão de jogo, Martha sabe ouvir as orientações e conselhos, que, colocados em prática junto com a sua garra e vontade de aprimoramento, a fazem crescer cada dia mais. Ela vai ajudar a trazer a nossa primeira copa do mundo. Podem escrever”, celebra Leal.