
Autismo: psicóloga Bianca Reis reforça importância do diagnóstico precoce
Durante o mês de abril, quando se intensificam as discussões sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), a psicóloga Bianca Reis destaca a importância do diagnóstico precoce para garantir mais qualidade de vida às pessoas com autismo e suas famílias. Segundo a especialista, identificar os sinais o quanto antes é fundamental para entender as necessidades da criança e promover intervenções adequadas.
O TEA é um transtorno do neurodesenvolvimento que afeta a comunicação verbal e não verbal, além da interação social. Os primeiros sinais costumam aparecer entre um ano e meio e três anos, mas o diagnóstico pode ocorrer até mesmo na vida adulta. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 2 milhões de brasileiros estão dentro do espectro.
“Ampliar a visibilidade para essa luta é indispensável. É preciso garantir acesso a diagnósticos precoces, políticas públicas eficazes, intervenções especializadas e, acima de tudo, respeito à diversidade”, afirma Bianca, que atua há mais de 11 anos na área clínica e é mestra em Família, além de especialista em diversas abordagens terapêuticas.
A psicóloga também alerta para os riscos da romantização do autismo nas redes e na mídia. Segundo ela, esse fenômeno tem gerado confusão na sociedade, prejudicando discussões sérias sobre políticas públicas e dificultando a inclusão real. “A romantização provoca desinformação e prejudica tanto a comunidade autista quanto o avanço em legislações e serviços essenciais”, aponta.
Apesar de avanços legais, como a Lei 12.764/2012 e a Carteira de Identificação da Pessoa com TEA (Lei 13.977/2020), muitas famílias ainda enfrentam barreiras como o preconceito, a falta de suporte escolar e a exclusão do mercado de trabalho. Bianca ressalta que a inclusão precisa ser afetiva, contextualizada e respeitosa, indo além da aceitação formal.
“É preciso acreditar no potencial de cada pessoa com TEA e garantir espaços que estimulem sua autonomia e desenvolvimento. Diagnóstico, acolhimento e políticas públicas são os pilares para uma sociedade mais justa”, conclui.