Avanços médicos transformam tratamento do câncer de pulmão no Brasil

O câncer de pulmão, que atinge cerca de 44 mil brasileiros todos os anos, ainda é uma das doenças mais letais do país. No entanto, os avanços recentes no diagnóstico e nas opções de tratamento têm mudado esse cenário, oferecendo mais chances de cura e qualidade de vida para os pacientes. A boa notícia vem acompanhada de dados animadores e relatos de especialistas que destacam o impacto das novas tecnologias na luta contra a doença.

Segundo o cirurgião torácico Romilton Machado, diretor técnico da Cardiotórax, os programas de rastreamento em pacientes de risco e o uso de tomografias de alta resolução têm permitido identificar nódulos de até 4 milímetros, o que aumenta significativamente a chance de diagnóstico precoce. “Hoje conseguimos realizar cirurgias menos invasivas, como as ressecções segmentares, preservando a função pulmonar e garantindo melhor qualidade de vida ao paciente”, explica o especialista.

Entre os avanços mais importantes está também a cirurgia robótica, que vem se consolidando no Brasil como uma técnica precisa, com menos perda de tecido saudável e menor taxa de complicações pós-operatórias. Essa tecnologia já é realidade em centros especializados e tem se mostrado essencial para aumentar a sobrevida dos pacientes.

Além das inovações cirúrgicas, o tratamento do câncer de pulmão agora se beneficia de terapias personalizadas, graças à identificação de marcadores genéticos. Isso permite combinar quimioterapia, imunoterapia ou terapia-alvo, conforme o perfil do tumor, ampliando a eficácia e reduzindo efeitos colaterais.

O tabagismo ainda é o principal fator de risco, responsável por 85% dos casos, seguido pela exposição ao amianto, poluição e histórico familiar. Por isso, a prevenção e o rastreamento precoce continuam sendo fundamentais, principalmente entre fumantes e ex-fumantes com histórico prolongado.

Na Bahia, a Cardiotórax, cooperativa pioneira no Brasil formada por cirurgiões cardíacos e torácicos, tem sido referência na difusão dessas novas práticas. Para o presidente da entidade, Leandro Publio, a união entre tecnologia e cuidado centrado no paciente tem sido fundamental para transformar o tratamento. “Hoje temos mais recursos, mais precisão e mais humanidade no tratamento. E isso faz toda a diferença na vida de quem enfrenta o câncer de pulmão.”