Câncer colorretal: como a alimentação pode influenciar no risco da doença

O câncer colorretal, um dos mais comuns no Brasil e no mundo, está diretamente ligado aos hábitos alimentares e ao estilo de vida. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), entre 2026 e 2030, essa neoplasia será uma das mais impactantes, ficando atrás apenas dos cânceres de estômago, pulmão/traqueia e mama.

De acordo com a nutricionista Mirela Carvalho, professora de Medicina da UNIFACS, a dieta tem um papel fundamental no desenvolvimento da doença. “O consumo excessivo de carnes vermelhas, ultraprocessados e açúcares, em detrimento de fibras e alimentos naturais, aumenta significativamente o risco”, alerta.

Além da alimentação inadequada, fatores como obesidade, tabagismo, alcoolismo, idade acima de 45 anos e histórico familiar também elevam as chances de desenvolver a doença.

Prevenção através da alimentação

A adoção de um estilo de vida saudável é a principal estratégia para reduzir o risco da doença. Para isso, especialistas recomendam uma dieta baseada em frutas, verduras, legumes, raízes, cereais integrais, carnes magras, leguminosas, grãos e sementes.

A cirurgiã geral e coloproctologista Ursula Galvão, também professora da UNIFACS, reforça a importância de limitar a ingestão de carne vermelha. “Estudos associam o consumo excessivo a processos inflamatórios no intestino. O ideal, segundo o Ministério da Saúde, é consumir no máximo 500g por semana”, explica.

Outro fator que pode ajudar na prevenção é a vitamina D. “Pesquisas indicam que a suplementação de vitamina D pode reduzir o risco de câncer colorretal. No entanto, deve ser feita apenas com prescrição médica ou nutricional”, acrescenta Ursula.

A importância da detecção precoce

Além da alimentação equilibrada, o rastreamento regular da doença é essencial para a identificação de pólipos e o diagnóstico precoce do câncer. O exame colonoscopia é considerado o mais eficaz para detectar e remover lesões antes que evoluam para tumores malignos.

“A colonoscopia deve ser feita a partir dos 45 anos e repetida a cada cinco anos, dependendo da recomendação médica. Em pessoas com histórico familiar ou fatores de risco, o rastreamento deve ser iniciado ainda mais cedo”, destaca Ursula Galvão.

Cuidar da alimentação e realizar exames periódicos são medidas fundamentais para prevenir e detectar precocemente o câncer colorretal, garantindo mais saúde e qualidade de vida.