Conectar Cultural leva esperança e protagonismo a fazedores de cultura do Recôncavo

O último encontro do Conectar Cultural, realizado nos dias 12 e 13 de junho, em São Francisco do Conde, foi marcado por emoção, pertencimento e esperança para os fazedores de cultura do Recôncavo baiano. Mais do que um evento de escuta e orientação, o projeto se tornou um espaço de valorização para artistas e agentes culturais historicamente à margem das políticas públicas.

Com o apoio do Instituto Neoenergia, o Conectar percorreu seis cidades da região com o objetivo de impulsionar a cultura local e orientar a participação de grupos e manifestações culturais em uma chamada pública que premiará cinco iniciativas com R$ 100 mil cada, totalizando R$ 500 mil em recursos.

Durante o encontro, os participantes receberam orientações práticas para preencher formulários, esclarecer dúvidas sobre editais e entender o potencial transformador de seus projetos. A gestora do projeto, Neusa Martins, destacou o impacto da metodologia acessível e da escuta ativa. “O Conectar trouxe para muitos fazedores de cultura um sentimento de mudança, permitindo que se vejam como agentes legítimos de transformação”, afirmou.

A ação chamou atenção para um problema recorrente: a dificuldade de acesso a informações sobre editais, especialmente por parte de comunidades periféricas, rurais e tradicionais. Com uma abordagem inclusiva, o projeto buscou romper essas barreiras com oficinas práticas e linguagem simples.

Ana Bispo, da Associação Flor de Lótus, destacou a importância do apoio técnico. “A linguagem acessível e a didática clara nos fizeram entender que podemos sim elaborar projetos que impactam nossa comunidade”, comentou.

Já a cantora Isabel Nogueira falou sobre como o evento mudou sua percepção. “Eu achava que participar de edital era impossível. Hoje saio daqui acreditando que posso, sim, fazer parte desse processo.”

As manifestações contempladas poderão usar os recursos para reformar espaços culturais, adquirir equipamentos, confeccionar indumentárias, realizar oficinas, contratar serviços técnicos e garantir a continuidade de suas tradições. Além da premiação, os saberes dos grupos selecionados serão registrados em uma publicação física e digital com tradução em três idiomas.