Conexões Ancestrais: Luma Nascimento celebra história negra em exposição de joias
A exposição “Dona Fulô e Outras Joias Negras” está em cartaz, resgatando memórias e celebrando a ancestralidade negra por meio das Jóias de Crioula. Essas peças, carregadas de história e significado, ganham vida com a artista multidisciplinar Luma Nascimento, que une arte e ancestralidade em um diálogo profundo sobre identidade e resistência.
Para Luma, as Jóias de Crioula transcendem o conceito de ornamento. Elas carregam um legado de mulheres negras pioneiras, cujas histórias ecoam na contemporaneidade. “Sinto que a ligação espaço-tempo está tecida em vários planos, e as joias revelam gestos que traçaram possibilidades para a existência étnica de pessoas de pele escura como eu”, reflete Luma.
Além de sua trajetória como artista visual e diretora de arte, Luma é pedagoga formada pela Universidade do Estado da Bahia e vice-presidenta do tradicional Bloco Afro Os Negões. Seu trabalho conecta arte, educação e cultura, incluindo a participação no desenvolvimento de políticas públicas voltadas para negros e mulheres pela SEPROMI.
Atualmente em residência artística no Instituto Sacatar, na Ilha de Itaparica, Luma explora técnicas como fusão de vidro, tear de miçangas e experimentações corporais. Essa experiência aprofunda sua investigação sobre a ancestralidade negra e suas conexões com o luxo ressignificado como resistência.
A exposição, além de homenagear mulheres negras que romperam barreiras, convida o público a repensar o conceito de luxo, valorizando o que é essencialmente ancestral e belo. Para os visitantes, é uma oportunidade de vivenciar a potência de um legado que une arte e história.