CRO-BA alerta sobre riscos e falsas promessas da “Odontologia Biológica”

O Conselho Regional de Odontologia da Bahia (CRO-BA) emitiu um alerta sobre os riscos da chamada “Odontologia Biológica”, prática que tem ganhado popularidade nas redes sociais, mas que não é reconhecida pelo Conselho Federal de Odontologia (CFO) nem como especialidade, nem como habilitação.

O presidente do CRO-BA, Dr. Marcel Arriaga, reforça que essa vertente se apropria de um conceito que já é inerente à odontologia tradicional, mas o faz para propagar desinformação e falsas promessas de cura. “Toda odontologia é biológica, pois trabalhamos com tecidos e células. Essa prática tenta se distanciar da odontologia baseada em evidências científicas e propaga informações enganosas que podem colocar em risco a saúde dos pacientes”, alerta.

Falsas alegações e riscos para a saúde

A chamada Odontologia Biológica levanta suspeitas sobre tratamentos consagrados como canal, restaurações de amálgama, implantes dentários e até o uso do flúor no creme dental. Entre as alegações sem comprovação científica propagadas por seus adeptos estão:
✅ O amálgama utilizado em restaurações funcionaria como uma antena que atrai ondas eletromagnéticas.
✅ O flúor teria efeitos tóxicos e deveria ser evitado.
✅ O posicionamento incorreto dos dentes ou o uso de aparelhos ortodônticos poderiam causar infertilidade.
✅ Dentes com problemas poderiam afetar outros órgãos, como coração, rins e sistema reprodutivo.

Essas informações não possuem embasamento científico e são uma tentativa de alarmar a população com preocupações infundadas. “Estão vendendo uma falsa ideia de que os tratamentos odontológicos tradicionais são nocivos e que há uma alternativa mais segura, quando, na realidade, estão enganando o paciente”, reforça Dr. Arriaga.

Fiscalização e combate à desinformação

O CRO-BA orienta que a população desconfie de profissionais que se autointitulam “especialistas em Odontologia Biológica” e reitera que qualquer conduta que vá contra os princípios da odontologia baseada em evidências pode ser denunciada ao conselho.

“Estamos atentos e atuando para combater a desinformação e proteger os pacientes de práticas irresponsáveis. O ideal é que as pessoas busquem sempre profissionais regulamentados e tratamentos reconhecidos pela ciência”, conclui o presidente do CRO-BA.