Dia Mundial Sem Tabaco: médicos alertam para os riscos dos cigarros eletrônicos

Nesta sexta-feira (31), o Dia Mundial Sem Tabaco chama atenção para os perigos do tabagismo e, em especial, para o avanço preocupante do uso de cigarros eletrônicos no Brasil. Mesmo proibidos pela Anvisa, os Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEF), também conhecidos como vapes, têm se tornado cada vez mais comuns, especialmente entre os jovens. Segundo dados do Vigitel, um em cada cinco brasileiros entre 18 e 24 anos já utilizou algum tipo de cigarro eletrônico.

Com visual moderno, sabores variados e apelo nas redes sociais, os vapes se tornaram modismo nos grandes centros urbanos. No entanto, especialistas da Oncoclínicas na Bahia alertam: esses dispositivos possuem altos níveis de nicotina — muitas vezes superiores aos do cigarro tradicional — além de substâncias tóxicas e cancerígenas desconhecidas.

“O vape pode ser tão ou mais nocivo que o cigarro comum. Ele mistura nicotina com solventes, aditivos e metais pesados. É um perigo invisível para quem acha que está escolhendo uma opção ‘menos prejudicial’”, alerta a oncologista Clarissa Mathias, do Hospital Santa Izabel – Oncoclínicas.

De acordo com a médica, muitos usuários iniciam com o cigarro eletrônico e acabam migrando para o cigarro convencional, mais acessível. “O pior cenário é quando se usa os dois tipos de cigarro ao mesmo tempo, o que é mais comum do que se imagina”, completa.

A exposição contínua à nicotina e a outras substâncias presentes nos vapes está ligada a doenças respiratórias graves, problemas cardiovasculares e ao aumento do risco de vários tipos de câncer, como pulmão e esôfago.

Para os casos de câncer de pulmão, os tratamentos têm evoluído com recursos como cirurgia minimamente invasiva, imunoterapia e terapias-alvo, que oferecem mais qualidade de vida e maiores taxas de sobrevida. “A imunoterapia, por exemplo, ativa o sistema imunológico para combater o tumor com menos efeitos colaterais”, explica a oncologista Carolina Rocha Silva.

Especialistas reforçam: evitar o primeiro contato com o cigarro, eletrônico ou convencional, é a melhor forma de prevenção.