Estilo de vida moderno acelera aumento de doenças autoimunes
O número de casos de doenças autoimunes tem crescido de forma expressiva no Brasil e no mundo, impulsionado por fatores como estresse crônico, alimentação industrializada, sedentarismo e poluição. Distúrbios como lúpus, esclerose múltipla, artrite reumatoide e doença de Crohn afetam milhões de pessoas e desafiam tanto a medicina quanto os hábitos da sociedade atual.
De acordo com uma revisão internacional recente, a prevalência global dessas doenças já atinge 12,5% da população, com um aumento anual estimado de 19,1%. O alerta é para a urgência de se entender melhor essas enfermidades, investir em diagnóstico precoce e, principalmente, reforçar a prevenção por meio de um estilo de vida saudável.
“O estilo de vida moderno é uma tempestade perfeita para o surgimento de doenças autoimunes”, afirma o neurologista Thiago Junqueira, especialista em neuroimunologia. Ele explica que a combinação entre estresse contínuo, dietas ricas em ultraprocessados e a alta exposição a poluentes urbanos contribui diretamente para a desregulação do sistema imunológico.
Outro dado relevante é que cerca de 80% dos pacientes diagnosticados com doenças autoimunes são mulheres. Pesquisas apontam que fases hormonais como puberdade, gravidez e menopausa influenciam na expressão de genes ligados à inflamação, o que pode favorecer o surgimento desses distúrbios.
Com o Dia Mundial da Esclerose Múltipla se aproximando, em 31 de maio, cresce a atenção para essa doença autoimune do sistema nervoso central, que afeta principalmente adultos jovens, mas também vem se manifestando em perfis variados, inclusive em mulheres acima dos 50 anos. “O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais para preservar a qualidade de vida dos pacientes”, reforça o médico.
Mesmo com avanços no tratamento medicamentoso, Junqueira destaca que as mudanças de hábito continuam sendo essenciais. “Cuidar da imunidade vai além do remédio: requer escolhas conscientes todos os dias. Precisamos ajudar as pessoas a mudarem seu estilo de vida de forma duradoura”, conclui.
