Exposição “Zara Tempo e o Camugerê, Agolonã” aborda ancestralidade e conexão com a natureza no Xisto Bahia

O Foyer do espaço Xisto Bahia, em Salvador, recebe até o dia 13 de fevereiro a exposição inédita “Zara Tempo e o Camugerê, Agolonã”, da artista plástica baiana Maria Carolina. Com entrada gratuita, a mostra está aberta ao público de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 14h às 18h, marcando o início de uma trilogia artística que explora os caminhos da ancestralidade e a transposição ao Camugerê.

Composta por nove telas, a exposição reúne obras que expressam a relação entre os elementos da natureza e a cosmovisão da artista, que conecta o Orí (cabeça) ao Àiyé (Terra) e às infinitas nascentes do Òrun (espaço onde vivem os Òrìṣàs). Em suas palavras, Maria Carolina define sua arte como uma “transcrição dos orixás em natureza viva”, explorando memórias sensoriais e fragmentos de tempos cíclicos.

“Minha composição tem como viés a transposição da sensação, captação e interações dos espectros de memória. Essa conexão com as memórias vivas é algo pulsante nas minhas prospecções criativas”, explica a artista, que reverencia em suas obras a integração da ancestralidade com os ciclos naturais.

A mostra é a primeira de uma trilogia que inclui ainda as exposições “Zara Tempo, Òrisùn Òmi Òrisùn Ẹmí” e “Zara Tempo e o Camugerê, Ajíjà, o epílogo”, representando um movimento em espiral que conecta os ciclos vitais e a sabedoria oracular.

Sobre Maria Carolina

Maria Carolina, 28 anos, é uma artista autodidata de Salvador e neta do sambista Batatinha, uma de suas principais inspirações. Suas obras exploram a memória sensorial e as dinâmicas ancestrais, traduzindo os orixás e elementos da natureza em experiências artísticas integradoras.