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Feiras de rua impulsionam pequenos negócios, mas pedem apoio da Prefeitura
As feiras de rua têm se tornado um motor essencial da economia em Salvador, proporcionando renda para pequenos empreendedores, desempregados e aposentados de baixa renda. No entanto, apesar do crescimento do setor, a falta de um calendário estruturado e dificuldades na liberação de alvarás têm sido desafios constantes para os organizadores.
De acordo com Anne Cristina Nogueira, coordenadora de empreendedorismo da Associação Classista de Educação e Esporte da Bahia (ACEB), a entidade vem articulando a organização desses eventos na cidade. “Estamos unificando os trabalhos, mas ainda sentimos falta de uma melhor estruturação dos calendários”, afirma.
Feiras como sustento e vitrine para empreendedores
Para empreendedores como Lorena Dias Nascimento, que trabalha com ecojoias e itens sensoriais infantis, as feiras são muito mais do que um local de vendas: “Elas representam projeção e inspiração para minha arte e a da minha família”, explica. No entanto, ela ressalta a necessidade de um processo mais justo na distribuição dos espaços e de suporte estrutural.
A professora Elisângela Figueredo Muniz, que participa das feiras há mais de um ano para complementar a renda familiar, sugere uma fiscalização mais rigorosa sobre os CNPJs dos participantes, garantindo que os espaços sejam ocupados por empreendedores que realmente dependem dessas oportunidades.
Já para Jorge Cléber Carneiro da Silva, que há um ano e meio tem as feiras como principal fonte de renda, a Prefeitura precisa fornecer infraestrutura mínima para feirantes e clientes, como segurança, limpeza, banheiros públicos e logística de transporte.
Diálogo com a Prefeitura é prioridade
A ACEB defende que a Secretaria Municipal de Desenvolvimento, Emprego e Renda (SEMDEC) e a Secretaria de Desenvolvimento Urbano (SEDUR) criem um calendário anual de feiras, garantindo que diferentes grupos de empreendedores possam expor seus produtos em diversos pontos da cidade, como Farol da Barra, Largo da Mariquita e Santo Antônio Além do Carmo.
“Temos solicitado audiências públicas com esses órgãos, mas até agora não conseguimos avanço. O setor precisa de diálogo e mais apoio”, reforça Anne Cristina Nogueira.
Além de atuar na organização das Feiras de Variedades, a ACEB desenvolve iniciativas ligadas à educação, esporte, cultura, lazer e meio ambiente, promovendo a economia solidária como ferramenta de transformação social.