Instituto Mãe Stella de Oxóssi é lançado em Salvador como marco do seu centenário

A trajetória de uma das maiores referências do candomblé e da cultura afro-brasileira ganha um novo capítulo nesta quinta-feira (2), às 18h, com o lançamento oficial do Instituto Mãe Stella de Oxóssi, na Academia de Letras da Bahia, em Salvador. A criação da entidade marca o início das celebrações do centenário de nascimento de Mãe Stella de Oxóssi (1925–2018) e reforça o compromisso com a preservação de seu legado.

Enfermeira, escritora, militante antirracista e a primeira yalorixá a ocupar uma cadeira na Academia de Letras da Bahia, Mãe Stella foi também Iyalorixá do Ilê Axé Opô Afonjá por 42 anos — um dos terreiros mais respeitados do país. Ao longo da vida, publicou oito livros, combateu o sincretismo religioso e foi agraciada com o título de Doutora Honoris Causa pela UFBA e pela UNEB.

O Instituto nasce com a missão de ampliar o acesso à história, ao pensamento e às contribuições de Mãe Stella para a cultura e os direitos humanos no Brasil. A presidência da instituição está a cargo de Adriano Azevedo, sobrinho da homenageada e Obá de Xangô do Terreiro do Afonjá.

Além das ações em Salvador, estão previstas programações especiais em São Paulo e no Rio de Janeiro, evidenciando o alcance nacional de sua influência. O lançamento do Instituto não apenas celebra a vida e obra de Mãe Stella, mas também propõe uma plataforma ativa de valorização da ancestralidade africana e da luta antirracista.

Mais do que uma homenagem, o Instituto Mãe Stella de Oxóssi se propõe a ser um instrumento de continuidade do pensamento de uma mulher que transformou sua fé, palavras e ações em um legado de resistência e sabedoria.