IPAC inicia processo para reconhecer Ofício de Oleiros de Maragogipinho como Patrimônio Imaterial da Bahia

O Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC) deu início ao processo de registro do Ofício de Oleiros e Oleiras de Maragogipinho como Patrimônio Cultural Imaterial da Bahia. A abertura oficial foi publicada no Diário Oficial do Estado nesta quinta-feira (14), marcando um passo significativo para o reconhecimento de uma das práticas mais tradicionais e identitárias da região.

A comunidade de Maragogipinho, localizada em Aratuípe, é conhecida pela produção de cerâmicas artesanais que sustentam a economia local. Para Marcelo Lemos, diretor-geral do IPAC, o registro valoriza a conexão entre a cultura e o território: “O reconhecimento desse ofício destaca sua riqueza histórica e reafirma o papel fundamental dos oleiros e oleiras na preservação da nossa identidade cultural.”

O parecer técnico elaborado pela antropóloga Adriana Cerqueira, gerente de Patrimônio Imaterial do IPAC, reforça que o ofício, transmitido de geração em geração, é uma prática que molda mais do que cerâmicas – molda histórias. Famílias inteiras participam desse trabalho, como a do Sr. Almerentino, o oleiro mais idoso da comunidade, que aprendeu o ofício aos sete anos de idade.

Davi Lima, presidente da Associação de Auxílio Mútuo dos Oleiros de Maragogipinho, celebrou a iniciativa: “Esse reconhecimento fortalece nossa comunidade, resguardando uma história viva e garantindo a continuidade do nosso fazer artesanal.”

O registro como Patrimônio Imaterial é mais do que um título; é uma forma de preservar e proteger o saber tradicional de Maragogipinho, destacando a relevância cultural e econômica dessa prática para a Bahia.