Janeiro Verde reforça importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de colo de útero
O mês do Janeiro Verde é dedicado à conscientização sobre a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de colo de útero, uma das principais causas de morte entre mulheres no Brasil. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), estima-se que 17.010 novos casos sejam diagnosticados anualmente entre 2023 e 2025. Apesar de ser altamente evitável, este tipo de câncer ainda ocupa a terceira posição entre os mais incidentes nas mulheres brasileiras, com maior prevalência nas regiões Norte e Nordeste.
O câncer de colo de útero é causado, na maioria dos casos, pela infecção persistente pelo papilomavírus humano (HPV), transmitido sexualmente. De acordo com o Ministério da Saúde, a vacinação contra o HPV, indicada para meninas e meninos de 9 a 14 anos, pode prevenir cerca de 70% dos casos. O exame de Papanicolau, outro pilar da prevenção, detecta alterações precursoras antes que elas se transformem em câncer, aumentando as chances de tratamento eficaz.
Prevenção e tecnologia salvando vidas
O cirurgião oncológico André Bouzas, do Instituto Brasileiro de Cirurgia Robótica (IBCR), enfatiza que a prevenção e o diagnóstico precoce são as armas mais eficazes contra a doença. “O exame de Papanicolau permite identificar lesões pré-cancerígenas ou sinais iniciais de câncer, quando as chances de cura ultrapassam 90%. É um dos cânceres mais evitáveis quando medidas preventivas são adotadas”, afirma Bouzas.
Nos casos em que o tratamento cirúrgico é necessário, os avanços tecnológicos, como a cirurgia robótica, têm sido aliados poderosos. Procedimentos como a traquelectomia, que preserva a fertilidade, e a histerectomia, que retira o útero, oferecem maior precisão e menor impacto no corpo da paciente, permitindo recuperação mais rápida e redução de complicações. “Essas técnicas melhoram a qualidade de vida e possibilitam, em alguns casos, manter o desejo de gestação em mulheres jovens”, destaca o especialista.
A importância do acesso e da conscientização
Embora os avanços no tratamento sejam significativos, a conscientização e o acesso a exames regulares e vacinação ainda são os passos mais eficazes para reduzir as taxas de mortalidade. Em casos avançados, o tratamento combina radioterapia e quimioterapia, buscando oferecer o melhor prognóstico possível.
“Cuidar da saúde ginecológica é um ato de amor próprio. Investir em prevenção, diagnóstico precoce e acesso a tratamentos de ponta é essencial para transformar o cenário do câncer de colo de útero no Brasil”, conclui Bouzas.