
Lula Oliveira comemora 30 anos de cinema com estreia de seu primeiro longa nas telonas
O cineasta baiano Lula Oliveira celebra 30 anos de trajetória no audiovisual com a estreia de seu primeiro longa-metragem de ficção no circuito comercial. “A Matriarca” chega às salas de cinema de Salvador no dia 29 de maio, marcando um novo capítulo na carreira de um artista que fez do cinema não apenas um ofício, mas uma forma de militância, educação e pertencimento.
Com uma caminhada iniciada em 1995, quando exibiu seu primeiro filme — o documentário-ficção Morrão! — de forma improvisada no Pelourinho, Lula construiu uma filmografia que transita entre a ficção, o documentário, a experimentação e as videoartes. “São 30 anos de filmes feitos no peito, na raça e na paixão”, define o cineasta, que sempre apostou na força das histórias locais para tocar temas universais.
Seu primeiro filme em película, Na Terra do Sol, abordou os últimos sobreviventes da Guerra de Canudos e o colocou de vez no cenário profissional do cinema brasileiro. Desde então, obras como Fronteira do Invisível, Horizonte Vertical e Perto do Fogo ampliaram o repertório visual e político do audiovisual baiano.
Mais do que dirigir filmes, Lula enxerga o cinema como um ato social. Durante o segundo mandato da ex-presidenta Dilma Rousseff, atuou na Secretaria do Audiovisual e defendeu a democratização do acesso à produção e à exibição. “Cinema não é só fazer filme. É política pública, é educação, é devolver à sociedade aquilo que ela financiou. O filme é um bem público”, defende.
Aos 52 anos, com alma inquieta e olhar sempre renovado, Lula afirma que continua “uma criança no cinema”. E é com essa energia que lança A Matriarca, filme que promete emocionar e provocar reflexões sobre ancestralidade, resistência e identidade.
“Ainda tenho muita fome de contar histórias da Bahia para o mundo”, diz. E o cinema agradece.