
Maio Cinza: campanha alerta para sinais de tumores cerebrais e reforça importância do diagnóstico precoce
O mês de maio marca a campanha Maio Cinza, dedicada à conscientização sobre os tumores cerebrais, que fazem parte dos cânceres do Sistema Nervoso Central (SNC) — grupo de doenças que inclui também a medula espinhal. Segundo estimativa do INCA, mais de 11.400 casos devem surgir no Brasil em 2025, sendo 660 previstos apenas na Bahia.
Altamente agressivos e com causas pouco conhecidas, esses tumores exigem atenção redobrada aos sintomas, que são diversos e podem comprometer significativamente a qualidade de vida do paciente. “Dor de cabeça persistente, convulsões, alterações na fala, na visão ou no equilíbrio são sinais que não devem ser ignorados”, alerta a oncologista Geila Nuñez, da Oncoclínicas na Bahia. Ela lembra que a dor de cabeça está presente em até metade dos casos.
Outros sintomas possíveis incluem confusão mental, fraqueza muscular, perda da memória, desmaios, náuseas, problemas de fala, visão duplicada, entre outros. “A complexidade dos sintomas exige avaliação médica e exames de imagem para um diagnóstico preciso e precoce”, explica a oncologista Daniela Barros.
De acordo com especialistas, não há exames de rotina para prevenção desses tumores. Por isso, a atenção aos sintomas é fundamental, especialmente para pessoas com histórico de câncer em outros órgãos, síndromes genéticas como neurofibromatose ou exposição à radiação ionizante.
A maioria dos tumores cerebrais ocorre como metástase, ou seja, a partir da migração de células cancerígenas de outros órgãos, como pulmão, mama, rim ou pele (melanoma). Nesses casos, o cérebro se torna alvo de tumores secundários, que podem afetar drasticamente o funcionamento do corpo.
O tratamento é definido de forma individual e pode envolver cirurgia, radioterapia, quimioterapia, imunoterapia ou terapia-alvo, a depender do tipo, localização e estágio da doença. “A detecção precoce amplia as possibilidades terapêuticas e melhora o prognóstico do paciente”, reforça a oncologista Larissa Moura.