Março Amarelo alerta para endometriose e importância do diagnóstico precoce

A endometriose, doença inflamatória crônica que afeta cerca de 10% das mulheres brasileiras, ainda é subdiagnosticada e pode comprometer a qualidade de vida de quem sofre com seus sintomas. Para conscientizar sobre a importância do diagnóstico precoce, a campanha Março Amarelo reforça a necessidade de atenção aos sinais da doença e da busca por acompanhamento médico especializado.

Segundo o ginecologista Alexandre Amaral, especialista em cirurgia minimamente invasiva, a endometriose ocorre quando o tecido semelhante ao endométrio cresce fora do útero, atingindo órgãos como ovários, trompas, bexiga e intestino. Isso pode causar sintomas como cólicas intensas, dor durante relações sexuais, alterações intestinais e urinárias e até infertilidade.

Um dos grandes desafios da endometriose é o diagnóstico tardio, pois os sintomas podem ser confundidos com outras condições ginecológicas comuns. “Quanto mais cedo a doença for identificada, mais eficaz será o tratamento e menor será o impacto na qualidade de vida da mulher”, alerta Amaral, que integrou o projeto Endometriose Brasil do Ministério da Saúde.

O diagnóstico inclui uma avaliação clínica detalhada e exames como ultrassonografia com preparo intestinal ou ressonância magnética de pelve, que mapeiam a presença da endometriose. O tratamento pode envolver medicações hormonais, anti-inflamatórios ou até cirurgia minimamente invasiva, dependendo da gravidade do caso.

Além do tratamento médico, uma abordagem multidisciplinar com alimentação equilibrada, prática de exercícios e suporte psicológico pode ajudar a reduzir a inflamação e aliviar os sintomas. “O consumo de alimentos naturais e a redução de ultraprocessados auxiliam no controle da endometriose”, orienta o ginecologista.

A campanha reforça que sentir dor intensa durante a menstruação não é normal e que o acesso à informação pode transformar vidas. “É essencial quebrar o silêncio e incentivar o diagnóstico precoce para que nenhuma mulher sofra sem o tratamento adequado”, conclui Amaral.