Mestre Nô foi homenageado como herói popular no VI Rede Capoeira
No último dia 22 de janeiro, o renomado mestre de capoeira Norival Moreira de Oliveira, conhecido como Mestre Nô, recebeu o Troféu Sankofa, durante o VI Rede Capoeira, realizado no Doca 1 – Polo de Economia Criativa, no bairro do Comércio, em Salvador. A homenagem reconheceu 10 ícones da cultura popular por sua contribuição à preservação dos saberes ancestrais e à valorização da cultura africana.
Aos 79 anos, Mestre Nô, nascido na Ilha de Itaparica, foi reconhecido por sua trajetória como um dos maiores divulgadores da Capoeira Angola, prática que ele começou a aprender ainda na infância com seu avô. Mestre Nô foi também um dos destaques da roda de conversa “A Capoeira, Repente e o Frevo”, no dia 23 de janeiro, ao lado de nomes como Bule-Bule, Zenaide Bezerra e Mônica Beltrão, com mediação do poeta e pesquisador James Martins.
Além disso, Mestre Nô ministrou uma oficina de Capoeira Angola no dia 25 de janeiro, transmitindo o conhecimento que acumulou ao longo de décadas de dedicação à arte. Sua trajetória inclui a fundação de importantes instituições como a Academia de Capoeira Angola Orixás da Bahia (1969) e a Associação Brasileira Cultural de Capoeira Angola Palmares (ABCCP) (1979), que ajudaram a difundir a Capoeira Angola no Brasil e no mundo.
Ao longo de sua carreira, Mestre Nô acumulou títulos e homenagens, como o Prêmio Viva Meu Mestre (2011), concedido pelo IPHAN, e os títulos de Notório Saber pela Universidade Federal da Bahia (2018) e pela Universidade Federal de Santa Catarina (2016).
Outros homenageados
O Troféu Sankofa também reconheceu mestres como Virgílio da Fazenda Grande, Mestre Baiano, Mestre Fernando, e Mestre Boa Gente, além da sambadeira Dona Santinha, a passista de frevo Zenaide Bezerra, o sambista Walmir Lima, o músico Mateus Aleluia e o cordelista Bule-Bule.
Sobre o VI Rede Capoeira
O evento, idealizado por Mestre Sabiá e realizado pelo Projeto Mandinga, celebrou o legado de mestres da cultura popular com uma programação gratuita que incluiu palestras, oficinas, rodas de capoeira e samba, e shows. A sexta edição reafirmou o compromisso de valorizar, em vida, os grandes nomes responsáveis pela preservação das tradições culturais do Brasil.
