
Música como profissão: baiana mostra que viver de arte é possível com dedicação
Viver de música é mais do que glamour e grandes palcos — é trabalho sério, estudo e paixão. É o que prova a cantora e pianista Luma, natural de Itabuna e radicada em Salvador, que transformou sua arte em profissão e hoje mantém uma carreira ativa na capital baiana.
Formada em Música Popular pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), Luma atua tocando em bares, restaurantes, festivais e eventos culturais. Entre os projetos que mantém está o “Luma Convida”, onde se apresenta ao lado de estudantes da UFBA no Restaurante Patroni, na Pituba. Ela também já integrou festivais como o “Oxe é Jazz”, tocando com a guitarrista Ágata Macêdo e o mestre Armandinho Macedo.
“Assim como um advogado ou um professor, eu trabalho, recebo por isso, pago minhas contas e construo minha história com a música”, diz Luma, destacando que viver de arte exige constância e organização. “É estudar, ensaiar, buscar oportunidades e tratar a música com seriedade.”
O caminho é ainda mais desafiador para as mulheres no meio musical. Segundo a artista, embora sempre tenham estado presentes na música, as mulheres só recentemente começaram a receber maior visibilidade. “Agora é que os olhos se voltam para o que sempre existiu. Em Salvador, há uma rede forte de instrumentistas mulheres se apoiando mutuamente.”
Ela destaca que, mesmo com obstáculos sociais e estruturais, muitas mulheres seguem conquistando espaço com resistência e talento. “Vamos galgando nossos espaços com as próprias mãos. Para nós, é só mais um dia comum. Estar aqui é absolutamente normal e deveria ser visto assim.”
Apesar de não priorizar números nas redes sociais, Luma vê reconhecimento verdadeiro nas conexões que constrói com o público. “O mais importante é tocar as pessoas e ter orgulho do que se constrói com amor e verdade.”
Atualmente, ela prepara seu primeiro trabalho autoral, reforçando o compromisso de fazer da música não só uma paixão, mas um modo de vida.