Novembro Azul: alta incidência e diagnóstico tardio são desafios no combate ao câncer de próstata

A campanha Novembro Azul destaca os desafios no combate ao câncer de próstata na Bahia, que possui a segunda maior incidência da doença no Brasil. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o estado deve registrar 6.510 novos casos em 2024, sendo 1.200 deles em Salvador, com uma taxa de 89 diagnósticos para cada 100 mil homens. A conscientização sobre o autocuidado e o diagnóstico precoce são fundamentais, pois, quando identificada em estágio inicial, a doença tem cerca de 90% de chance de cura.

O câncer de próstata, responsável por 28,6% das mortes por neoplasias malignas entre homens, é frequentemente diagnosticado tardiamente. Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), aproximadamente 20% dos casos só são identificados em fase avançada, o que dificulta o tratamento. “A falta de informação, o preconceito e o machismo ainda são obstáculos que afastam muitos homens dos exames preventivos”, explica o oncologista Rafael Batista, da Oncoclínicas Bahia.

Homens a partir dos 50 anos devem realizar o toque retal e o teste de PSA (antígeno prostático específico) anualmente, enquanto homens negros ou com histórico familiar devem iniciar esses exames aos 45. A idade avançada, fatores hereditários, obesidade, sedentarismo e má alimentação são alguns dos principais fatores de risco. Já hábitos saudáveis e alimentação equilibrada são apontados como fatores protetores.

Nos estágios iniciais, o câncer de próstata costuma ser assintomático, mas sinais como dificuldade ao urinar, dor e aumento na frequência urinária podem indicar o avanço da doença. Em casos mais graves, sintomas como dor óssea e sangue no sêmen também podem surgir, alertando para a necessidade de uma avaliação médica.

O tratamento é individualizado e depende da idade, do estágio da doença e do potencial de agressividade do tumor. Em casos de baixa agressividade, o acompanhamento com consultas regulares pode ser suficiente, poupando o paciente de efeitos colaterais dos tratamentos invasivos. Para quadros mais avançados, tratamentos como cirurgia, radioterapia e bloqueio hormonal oferecem boas taxas de resposta, conforme explica o Dr. Rafael Batista.