
“O cinema de gênero é o futuro do Brasil”, afirma Klaus Hastenreiter
O cinema de gênero tem ganhado cada vez mais espaço no Brasil e, segundo o cineasta Klaus Hastenreiter, essa vertente pode ser a chave para fortalecer o mercado nacional. Com o crescimento das plataformas de streaming e a valorização das produções brasileiras em festivais internacionais, filmes de terror, fantasia, ficção científica e suspense estão conquistando mais reconhecimento e público.
“A globalização do cinema e a aproximação dos festivais de nicho com as grandes premiações são sinais claros da movimentação dos estúdios e streamings em valorizar o produto que estão criando”, destaca Hastenreiter. Ele cita exemplos como A Substância, da MUBI, e sucessos de bilheteria como O Auto da Compadecida 2 e Ainda Estou Aqui, este último sendo o primeiro filme brasileiro a entrar na categoria de Melhor Filme no Oscar.
Para o cineasta, o cinema de gênero no Brasil não só entretém, mas também funciona como uma ferramenta crítica e reflexiva, abordando temas sociais e políticos do país. Diretores como Kleber Mendonça Filho, Juliana Rojas e Gabriela Amaral Almeida já demonstraram a força dessas produções. “O público brasileiro sempre consumiu filmes de gênero estrangeiros. Agora, começa a enxergar as produções nacionais como legítimas e impactantes”, afirma.
O sucesso dessas obras aponta para um futuro promissor, desde que o setor continue a expandir políticas públicas, estratégias de distribuição e formação de público. “Se filmes estrangeiros ultrapassam 4 milhões de espectadores no Brasil, nada impede que os nacionais, especialmente os de gênero, alcancem números ainda maiores”, conclui.