O coração do carnaval bate forte no segundo dia de folia

O segundo dia do Carnaval de Salvador provou, mais uma vez, porque é a maior festa do planeta. Em cada circuito, a energia pulsa de forma única, misturando tradição, renovação e uma dose irresistível de baianidade.

No Pelourinho, o Olodum fez sua clássica e arrebatadora saída, transformando as ruas de pedra em um verdadeiro templo de resistência cultural. Os tambores retumbavam, levando a mensagem de luta e celebração do povo negro. O bloco seguiu para o Campo Grande, onde, como de costume, se tornou um dos momentos mais esperados do circuito. É impossível não se emocionar com a potência do batuque e a força do Olodum, que há décadas mantém viva a identidade da nossa música e da nossa história.

Na Barra-Ondina, Léo Santana comandou o início da noite com o seu inconfundível pagodão, um ritmo nosso, da favela, do gueto. Hits como “Posturado e Calmo”, “Zona de Perigo” e “Perna bamba” colocaram todo mundo para dançar sem trégua. A cada swing, a multidão vibrava, provando que o pagode baiano não é só um gênero musical, mas uma experiência coletiva de entrega e euforia.

Quem também fez história na orla foi Ivete Sangalo, um dos maiores nomes da axé music. Quando os primeiros acordes de “O Mundo Vai” ecoaram, o público enlouqueceu, entregando-se completamente ao furacão Ivete. Como uma artista que compreende a importância da sua trajetória e da sua geração, Veveta ainda prestou um tributo à Rainha do Axé, Daniela Mercury, interpretando “Axé Salvador”. Um encontro simbólico de duas potências que ajudaram a moldar essa festa.

No Campo Grande, o trio sem cordas do É o Tchan trouxe a nostalgia e a diversão de sempre. Além dos sucessos que marcaram época, o grupo brindou o público com clássicos do samba de roda da Bahia. Um resgate importante, lembrando a todos que o samba nasceu aqui.

Já na Praça Castro Alves, o palco foi tomado pelo talento de Paulinho Boca, eterno Novos Baianos. Sua apresentação foi uma viagem no tempo.

E para quem achava que as emoções tinham terminado, Gerônimo veio com seu show contagiante, reafirmando seu papel como um dos grandes militantes da música baiana. Sua energia e entrega são sempre um espetáculo à parte.

O segundo dia de Carnaval em Salvador foi um retrato perfeito da grandiosidade dessa festa. Cada trio, cada bloco e cada artista mostraram que o Carnaval da Bahia não é apenas entretenimento; é cultura, identidade e resistência. Ainda tem muita festa pela frente, mas já podemos dizer com certeza: o coração do Carnaval bate aqui, e bate forte!