OAB-BA limita impressões no Juizado do Imbuí e gera críticas da advocacia
A Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Bahia (OAB-BA) implementou, sem aviso prévio, uma medida que limita a impressão de documentos na sala de apoio do Juizado do Imbuí a 10 páginas por profissional. O aviso, fixado nas mesas de trabalho, gerou reações negativas, especialmente entre a advocacia jovem e profissionais que dependem dos serviços oferecidos pela instituição para atuar em um cenário já marcado por dificuldades financeiras.
A decisão foi classificada como “autoritária” por Ana Patrícia, líder da oposição à atual gestão da OAB-BA, que destacou a falta de sensibilidade da presidência em relação às dificuldades enfrentadas pela advocacia baiana. “Não é admissível que a advocacia seja tratada dessa forma. Essa medida, assim como outras igualmente equivocadas, foi tomada após as eleições, mas seguramente já estava planejada antes. Aguardou a eleição para revelar a face dura do autoritarismo”, criticou.
Além das restrições de impressão, Ana Patrícia mencionou outras decisões recentes da presidente Daniela Borges que, segundo ela, desconsideram a voz da classe. Uma das mais polêmicas é a proposta de substituir o modelo direto pela modalidade indireta na formação da lista sêxtupla para o quinto constitucional, um retorno a práticas que limitam a participação da advocacia na escolha de representantes nos Tribunais.
A sala de apoio da OAB-BA é essencial para muitos profissionais, especialmente os que atuam em Juizados e enfrentam dificuldades financeiras para arcar com custos operacionais, como impressão de peças processuais e petições. Com a nova limitação, advogados ficam sem alternativa para lidar com demandas que ultrapassam o limite imposto.
A medida reflete um cenário de crescente insatisfação com a gestão atual da OAB-BA, especialmente em um estado que, segundo lideranças da classe, abriga a advocacia mais economicamente fragilizada do Brasil.