
Parkinson: avanços no tratamento e a importância do diagnóstico precoce
O Dia Mundial da Doença de Parkinson, celebrado na última sexta-feira, 11 de abril, marca não apenas o nascimento de James Parkinson, médico que descreveu a condição, como também um momento de conscientização sobre a importância do diagnóstico precoce e do acompanhamento contínuo.
Segundo o neurologista Dr. Gabriel Xavier, a doença de Parkinson é a segunda condição neurodegenerativa mais comum no mundo, ficando atrás apenas do Alzheimer, e afeta cerca de 1% das pessoas com mais de 60 anos.
Diagnóstico e sintomas
O diagnóstico da doença é essencialmente clínico, baseado no histórico do paciente e exame físico neurológico. “Não existe um exame que comprove a doença. Solicitamos exames apenas para descartar outras causas menos comuns de parkinsonismo”, explica o Dr. Xavier. Os principais sintomas incluem tremores, rigidez muscular, lentidão dos movimentos e tendência a quedas.
Tratamentos disponíveis
O tratamento começa com a mudança de hábitos de vida, com foco em atividade física regular, que tem se mostrado eficaz tanto na prevenção quanto na redução da progressão dos sintomas. “Nenhum medicamento teve um resultado semelhante ao da atividade física nos últimos anos”, destaca o neurologista.
O uso de medicações como a levodopa — principal fármaco há mais de 50 anos — continua essencial, embora outras classes também sejam utilizadas, sempre de forma personalizada conforme o perfil do paciente. O tratamento está amplamente disponível por meio de programas públicos de saúde e Farmácia Popular.
Entre as tecnologias avançadas, destaca-se o DBS (Deep Brain Stimulation), implante de eletrodos cerebrais que ajuda no controle dos sintomas. “A indicação correta e a experiência da equipe médica são fundamentais para o sucesso do procedimento”, afirma o especialista.
Perspectivas futuras
A ciência segue em busca de novos caminhos. Estão em desenvolvimento terapias como levodopa subcutânea, novos dispositivos de DBS e ultrassonografia cerebral de alta frequência, além de estudos promissores voltados à cura ou desaceleração da progressão da doença.
“Não podemos falar em cura ainda, mas em evolução. E isso começa com o diagnóstico precoce e o acompanhamento médico contínuo. Ficar sem tratamento é a pior escolha para quem convive com Parkinson”, alerta o Dr. Gabriel Xavier.