PEC que debate fim da jornada 6×1 expõe impacto desproporcional na população negra
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que discute o fim da jornada de trabalho 6×1 tem gerado debates intensos nas redes sociais e nas ruas. A medida, que visa oferecer mais dias de folga sem redução salarial, é bem recebida por grande parte da população, mas enfrenta resistência de empresários e políticos, que alertam sobre possíveis impactos econômicos negativos.
Especialistas apontam que a jornada 6×1 afeta desproporcionalmente a população negra, em especial as mulheres negras, que ocupam as vagas mais precarizadas do mercado. “Essas trabalhadoras, além de enfrentarem jornadas exaustivas e desvalorizadas, acumulam responsabilidades domésticas nos raros momentos de folga”, afirma Tainara Ferreira, consultora em relações étnico-raciais e gênero.
A questão racial é central nesse debate, considerando que a população preta compõe a base da pirâmide empregatícia, frequentemente sujeita a baixos salários e maior exploração. Mobilizações para repensar a jornada 6×1 ganham relevância, exigindo consciência coletiva para discutir mudanças que beneficiem trabalhadores historicamente marginalizados.