
Projeto Periferia do Futuro transforma jovens negros de Salvador na moda
Um projeto social criado por um modelo baiano está mudando vidas nas periferias de Salvador. O Periferia do Futuro, idealizado por Carlos Cruz, oferece formação e oportunidades reais para jovens negros se profissionalizarem no mercado da moda, promovendo inclusão, diversidade e geração de renda.
Letícia Kethelen, de 16 anos, moradora do Cabula, já comemora seu primeiro trabalho como modelo fotográfica, enquanto Taimara dos Santos, 33, de Brotas, realiza o sonho de infância de desfilar e se apresentar como modelo. Ambas integram o projeto, que atualmente reúne 247 participantes, sendo 120 modelos ativos.
Carlos Cruz, que iniciou sua carreira após ser descoberto dentro de um ônibus por Sivaldo Tavares, da PJT Models, consolidou sua trajetória no exterior e, ao retornar a Salvador, criou o Periferia do Futuro com o propósito de ampliar o acesso de pessoas negras ao universo da moda. “É um dos projetos mais pretos da cidade”, afirma. Além de modelos negros, o grupo também inclui pessoas com deficiência, autistas e trans, num espaço de aprendizado e representatividade.
Com apoio da Fundação Gregório de Mattos (FGM), os encontros e ensaios acontecem semanalmente no Café-Teatro Nilda Spencer e na Sala Multiuso Nelson Maleiro. É ali que os talentos se revelam e são preparados para o mercado com aulas práticas, noções de passarela, comportamento e enfrentamento de desafios da profissão.
O projeto já movimenta uma cadeia produtiva com maquiadores, cabeleireiros, produtores e fotógrafos. Eventos como o Movimento Boca de Brasa, o Parque Shopping Fashion Week e o Quintal dos Pretos contaram com desfiles de integrantes do grupo, que recebem cachês e ajuda de custo, reforçando o impacto econômico da iniciativa.
“Além da arte, falamos sobre levar o pão para casa. É sobre profissionalizar a juventude periférica”, reforça Carlos Cruz. Interessados em contratar os serviços do projeto podem entrar em contato via @carloscruzmodel ou @marketingeassessoriaa.