Psicóloga Bianca Reis fala sobre o impacto da criança interior na maternidade

A maternidade é um dos processos mais transformadores na vida de uma mulher — mas também pode ser desafiador, especialmente quando é atravessado por culpas, cobranças e expectativas que nem sempre partem do desejo pessoal. É o que destaca a psicóloga Bianca Reis, que propõe um olhar mais profundo sobre como a vivência da maternidade pode despertar e até resgatar a criança interior de cada mãe.

Segundo Bianca, o ideal de maternidade ainda é bastante romantizado socialmente, apesar de nem sempre refletir a realidade emocional das mulheres. “Ser mãe muda tudo ao redor, especialmente a mulher. É comum que, nesse processo, venham à tona experiências da infância que estavam esquecidas, feridas emocionais não resolvidas e até memórias boas que foram deixadas para trás”, afirma.

A especialista explica que a “criança interior” não se trata apenas da criança literal que cada pessoa foi, mas de um conjunto de vivências, emoções e potenciais que carregamos conosco. E é justamente esse aspecto da psique que costuma ser reativado na maternidade.

“Com uma criança interior ferida e não trabalhada, criamos subpersonalidades que acabam interferindo na relação com os filhos. Se não olharmos para nossas próprias dores, corremos o risco de passá-las adiante, sem querer”, alerta Bianca.

Além da sobrecarga do cotidiano, o modo como a mulher foi tratada durante sua própria infância influencia diretamente sua forma de exercer a maternidade. Reações negativas repetidas, como impaciência constante ou rigidez, podem ter raízes profundas que precisam de acolhimento e compreensão.

Para Bianca, o momento de ser mãe é também uma oportunidade de cura: “A maternidade dá à mulher a chance de olhar para sua criança interior, compreender feridas antigas e ressignificar sua própria história”.

Com mais de 11 anos de atuação na psicologia clínica, Bianca Reis é referência no atendimento a famílias, relações afetivas e questões ligadas ao desenvolvimento emocional.