Psicólogo destaca benefícios de abandonar filtros de beleza nas redes sociais

Em uma era marcada pela busca da perfeição digital, um movimento global está transformando a forma como nos apresentamos online: a remoção de filtros de beleza criados por terceiros, anunciada pela Meta e prevista para começar nesta terça-feira (14). Com mais de 600 mil filtros criados por usuários em mais de 190 países nos últimos anos, a decisão promete impactar não só a estética das redes sociais, mas também a saúde mental de seus usuários.

Segundo o psicólogo George Barbosa, da Hapvida Notredame Intermédica, abandonar os filtros pode trazer mudanças positivas para a autoestima e o bem-estar. “Essa mudança promove a autoaceitação, reduz a invalidação do eu natural e desafia os padrões impostos de beleza”, explica. Barbosa alerta que o uso excessivo de filtros muitas vezes leva à infelicidade, já que reforça expectativas irreais. Sem eles, há um incentivo diário à valorização do natural e à superação da frustração gerada pela padronização estética.

Dismorfia corporal e saúde mental

Entre os problemas associados ao uso intenso de filtros está a dismorfia corporal, que, segundo o psicólogo, difere de transtornos como bulimia ou anorexia. “A dismorfia corporal é uma percepção distorcida da própria imagem, influenciada por padrões estéticos impostos socialmente ou pessoalmente”, explica Barbosa. Esse fenômeno pode levar à rejeição da própria identidade e a um ciclo de insatisfação constante.

O especialista acredita que a remoção dos filtros permitirá um entendimento mais empático e saudável dos traços físicos e identitários, promovendo a valorização da diversidade. Ele também destaca a importância de práticas que favoreçam a autenticidade nas redes sociais, como compartilhar fotos em que se sinta confortável, priorizar o autocuidado natural e evitar intervenções estéticas como solução imediata para questões de autoestima.

Para quem já enfrenta dificuldades relacionadas ao uso de filtros, Barbosa recomenda um trabalho progressivo de autoexposição e autovalidação. “É fundamental entender que a opinião dos outros não define quem você é. Nossos traços são marcas da nossa história e herança genética, e é isso que nos torna únicos”, afirma.

Um convite à autenticidade

Ao abraçar uma estética mais real, as redes sociais podem se tornar um espaço de maior empatia e conexão verdadeira. Barbosa conclui: “Esse movimento é um convite à autenticidade, à aceitação e à valorização da diversidade humana. Observar-se de forma realista é um exercício diário de sabedoria e afeto próprio. É um passo importante para uma sociedade mais empática, consciente e verdadeira”.