
Reabilitação devolve qualidade de vida a pacientes com Parkinson
Com mais de 200 mil brasileiros vivendo com a Doença de Parkinson, os desafios diários enfrentados por esses pacientes vão além dos tremores e rigidez muscular. É o caso de Maria Fátima Visnevski, que recebeu o diagnóstico aos 48 anos, após perceber um enrijecimento abdominal. Hoje, 30 anos depois, ela celebra avanços conquistados graças ao tratamento de reabilitação multidisciplinar na Clínica Florence, em Salvador.
Segundo o geriatra Rafael Calazans, o Parkinson é uma doença neurológica degenerativa, que afeta a função motora e avança progressivamente, comprometendo também a cognição e as tarefas simples do dia a dia. “Não tem cura, mas o tratamento controla os sintomas e melhora a qualidade de vida”, explica o médico.
A reabilitação é composta por várias especialidades: fisioterapia, que trabalha a mobilidade; fonoaudiologia, que atua na fala e deglutição; terapia ocupacional, para adaptação da rotina; além de apoio de nutricionistas, psicólogos, enfermeiros e assistentes sociais. “É uma abordagem global que cuida do corpo, da mente e da vida social do paciente”, ressalta Calazans.
O impacto desse cuidado foi sentido na pele por Natália Visnevski, filha de Maria Fátima. “Minha mãe chegou à clínica sem conseguir andar, falar ou comer. Após 30 dias de reabilitação, está lúcida, se alimentando e com menos rigidez”, conta emocionada. Para ela, o avanço com a fonoaudiologia foi um dos momentos mais marcantes da recuperação.
O tratamento, segundo o geriatra, precisa ser individualizado, iniciado ao primeiro sinal de perda neurológica e ajustado conforme a gravidade. “Cada paciente responde de forma diferente, por isso o plano de cuidados deve respeitar as particularidades de cada um”, afirma.
Mesmo sendo uma condição sem cura, o Parkinson pode ser enfrentado com estratégias que desaceleram sua progressão e promovem uma vida com mais dignidade e bem-estar.