
Samba Junino movimenta bairros de Salvador com festas, arrastões e homenagens
Durante os meses de junho e julho, Salvador será tomada pelos tambores e pela alegria do Samba Junino, manifestação cultural afro-brasileira nascida na capital baiana nos anos 1970 e reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial pela Fundação Gregório de Mattos (FGM) desde 2018. A edição 2025 do projeto Samba Junino – Ano VII conta com apoio a 17 propostas culturais e a premiação de oito mestres que mantêm viva essa tradição nos bairros da cidade.
Com ensaios iniciando ainda no Sábado de Aleluia e apresentações concentradas no período junino, os grupos animam locais como Engenho Velho de Brotas, Garcia, Federação, Matatu, Pituaçu, Tororó e Canabrava. As atividades incluem ensaios, arrastões, oficinas de formação, ações de memória e festivais, com patrocínio da FGM por meio de edital.
A programação inclui dois grandes festivais: o 47º Festival de Samba Duro Junino, no Engenho Velho de Brotas (24 de junho, às 18h), e o Festival Salvador, Samba Junino, no Largo do Garcia (29 de junho, a partir das 15h). Segundo a presidente da Liga do Samba Junino, Renata Rodrigues, o festival do Garcia chegou a reunir cerca de 10 mil pessoas em sua última edição.
Como parte das homenagens, sete mestres e uma mestra do samba junino receberão placas de reconhecimento no Arraiá da Prefs, no dia 15 de junho, na Praça Municipal. A cerimônia também contará com apresentações de grupos contemplados.
Entre os projetos em destaque está o Grupo Leva Eu, que completa 46 anos de tradição no Engenho Velho e fará uma homenagem a Maria Felipa no seu arrastão de São João. Já o Bicho da Cana, de Canabrava, realiza ensaios abertos e convida outros grupos para mostrar a força do samba junino além das fronteiras do bairro.
A cultura afro-baiana pulsa em cada batida do surdo e em cada canto das comunidades. O samba junino é mais do que festa: é resistência, identidade e celebração coletiva.