WISH Hotel da Bahia celebra blocos afro com exibição do documentário “Sons do Terreiro Mundo”

No dia 28 de agosto, quarta-feira, às 19h, o WISH Hotel da Bahia realiza um evento especial que celebra importantes marcos da cultura baiana em 2024, como os 75 anos do Afoxé Filhos de Gandhy e os 50 anos do Ilê Aiyê. A noite, dedicada aos blocos afro, tem como destaque a exibição do documentário “Sons do Terreiro Mundo”, produzido pela equipe do A TARDE PLAY, o núcleo audiovisual do Grupo A TARDE. O documentário explora as raízes culturais e religiosas dos Blocos Afro e Afoxés de Salvador, revelando a profunda conexão entre os terreiros de Candomblé e a rica musicalidade da Bahia. Em sintonia com o tema “Salvador Capital Afro”, “Sons do Terreiro Mundo” investiga como as religiões de matriz africana influenciam a percussão e a identidade cultural baiana.

Com depoimentos de figuras influentes como Arany Santana, diretora do Ilê Aiyê, Alberto Pitta, criador do Cortejo Afro, e Agnaldo Fonseca, bailarino do Malê Debalê, o documentário oferece uma perspectiva única sobre o impacto do Candomblé na cultura dos blocos afro. A exibição de “Sons do Terreiro Mundo” no WISH Hotel da Bahia será uma oportunidade imperdível para quem deseja aprofundar seu conhecimento sobre as origens e a importância da musicalidade afro-brasileira no Carnaval de Salvador.

Mais informações sobre o documentário:

BLOCOS AFRO E AFOXÉS NASCERAM DO CANDOMBLÉ

A ancestralidade é uma característica comum das entidades negras que abrilhantam o carnaval de Salvador. Através dos seus espaços sagrados de axé, as religiões de matriz africana estão na origem dos cortejos que exaltam a cultura negra na folia. Os terreiros de candomblé são as tramas que conectam ritmos e entidades, contribuindo para a grandiosidade do carnaval de Salvador. A musicalidade percussiva, marcante na identidade baiana, tem suas origens profundamente enraizadas nesses locais, e constitui a essência da produção musical do povo.

“Sons do Terreiro Mundo” traz personalidades envolvidas com a musicalidade percussiva e a cultura de matriz africana, além de integrantes das entidades escolhidas. Durante o processo de produção, a equipe do A TARDE Play teve o privilégio de entrevistar representantes dos principais blocos Afro, como o Ilê Aiyê, o Olodum, o Malê Debalê, a Banda Didá e o Cortejo Afro, incluindo ainda o Afoxé Filhos de Gandhy, além de figuras influentes como o mestre de percussão Gabi Guedes, o poeta James Martins e a coreógrafa Nildinha Fonsêca. Cada entrevista contribuiu para a construção do panorama rico e diversificado apresentado no documentário.

A IMPORTÂNCIA DO CANDOMBLÉ PARA OS BLOCOS AFRO

A ouvidora geral do estado da Bahia e diretora do Ilê Aiyê, Arany Santana, afirma que o terreiro foi “o grande celeiro que deu margem a essa explosão de blocos afro e de afoxés”. Para além das expressões artísticas, os blocos afro também assumem compromissos políticos que passam pelo fortalecimento da resistência negra, e também envolvem a ocupação de espaços dentro dos seus referenciais estéticos e, principalmente, a defesa da sua religiosidade. “Os espaços de axé foram as primeiras organizações negras de potencialização, porque quando chegamos aqui na condição de escravizados o único lugar que o negro se segurou foi nas suas heranças ancestrais africanas. Foram elas que mantiveram eles para resistir, como estamos resistindo até hoje. Os espaços de terreiro são de extrema importância para manter firme essa fé”, afirma Agnaldo Fonseca, bailarino e coordenador do departamento de dança do maior balé afro do mundo, o Malê Debalê.

Artista plástico e criador do Cortejo Afro, Alberto Pitta destaca que o Candomblé não é importante apenas para o Cortejo, mas, sim, para todos os blocos afro. “O Ilê foi fundado dentro de um terreiro. A partir disso, várias comunidades começaram a fundar seus blocos afro e seus afoxés e, naturalmente, feitos por pessoas ligadas aos terreiros de candomblé. Daí isso vira uma tradição. Todo afoxé e bloco afro tinha a sua mãe de santo”, fala Pitta. “Ou seja, o Candomblé legitima o Carnaval negro e baiano”, diz ele.